7º Encontro

Levítivo & Números

5 • outubro • 2025

Visão geral

Quarto livro do Pentateuco e da Torá. Números narra a longa caminhada do povo de Israel pelo deserto, desde o Sinai até as planícies de Moab, guiado por Moisés e Aarão. É o livro da provação e da fidelidade, que mostra Deus conduzindo seu povo passo a passo, enquanto Israel alterna entre a obediência e a rebeldia. É uma catequese sobre a confiança, a paciência e a presença divina que guia o povo em sua peregrinação.

Dados essenciais

  • Língua original: Hebraico bíblico

  • Títulos: ַבּמִדְבּר (Bemidbar) – “No deserto” (heb.); Ἀριθμοί (gr.) – “Números”; Numeri (lat.)

  • Coleção: Pentateuco / Torá

  • Autoria/tradição: Atribuído a Moisés; compilação de tradições javistas, eloístas e sacerdotais unificadas no Exílio (séc. VI a.C.)

  • Cenários: Deserto do Sinai, deserto de Parã, Cades e planícies de Moab

  • Horizonte histórico: Século XIII a.C. — quarenta anos de peregrinação até as fronteiras de Canaã

Megatemas (palavras-chave)
Recenseamento e Organização; Rebelião e Provação; Caminhada e Fidelidade; Deserto e Purificação; Canaã e Promessa.

Nomes de Deus no livro: YHWH (Senhor), Elohim (Deus), Iahweh Sebaot (Senhor dos Exércitos).


Estrutura do conteúdo

I) Preparação no Sinai (Nm 1–10)
  • Recenseamento das tribos: organização do povo e dos levitas, preparação para a partida.

  • Ordem do acampamento: as tribos dispostas ao redor da Tenda da Reunião, com a Arca no centro.

  • Leis complementares: pureza, nazireato e bênção aarônica.

  • Consagração e oferendas: dedicação do altar e dos levitas ao serviço de Iahweh.

  • A Páscoa e a partida: celebração da libertação e o início da marcha rumo à Terra Prometida.

II) A caminhada e as rebeliões no deserto (Nm 11–21)
  • Murmurações e castigos: o povo reclama da comida, e Deus envia codornizes e punições.

  • Maria e Aarão contra Moisés: orgulho e correção divina.

  • Exploração de Canaã: os doze espiões e a incredulidade do povo; castigo: quarenta anos no deserto.

  • Rebeliões e sinais: Coré, Datã e Abirão se revoltam; o ramo de Aarão floresce.

  • As águas de Meriba: Moisés e Aarão desobedecem; a sentença de não entrar na Terra Prometida.

  • A serpente de bronze: símbolo da salvação — figura de Cristo (Jo 3,14-15).

III) Chegada às planícies de Moab (Nm 22–36)
  • Balaão e Balac: o profeta pagão abençoa Israel por ordem de Deus.

  • Nova geração e novo censo: preparação para a entrada em Canaã.

  • Josué, sucessor de Moisés: transição da liderança.

  • Leis e sacrifícios: renovação das prescrições cultuais e dos votos.

  • Partilha da Terra: fronteiras, cidades de refúgio e herança das tribos.


Como ler com o Theophilus

  • Olhar de fé: Números ensina que o deserto é o lugar da prova, mas também da fidelidade e da presença divina.

  • Cristo no deserto: Jesus revive a caminhada de Israel e vence as tentações, tornando-se o novo Moisés.

  • O recenseamento espiritual: somos chamados a “ser contados” entre o povo santo de Deus.

  • Leitura orante: cada murmuração e reconciliação ensina a confiar na providência divina.


Para aprofundar no encontro

  • Leituras da semana: capítulos centrais de Números conforme o plano Theophilus.

  • Materiais: slides, PDFs, imagens e referências litúrgicas.

  • Objetivo: reconhecer o deserto como caminho de purificação e aprender a caminhar com perseverança rumo à promessa.

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Lv 22-27; Nm 1-7

Resumo

III. Regras referentes ao puro e ao impuro (Lv 11–16)

Conjunto de leis sobre pureza ritual em Israel. Organiza o cotidiano do povo para manter comunhão com o Deus santo e orienta distinções práticas entre o que torna alguém apto ou inapto ao culto.

Lv 11 — Animais puros e impuros

  • Terrestres: permitidos os que ruminam e têm casco fendido; os demais são impuros.
  • Aquáticos: apenas os que possuem barbatanas e escamas.
  • Aves: lista de aves impuras (de rapina, necrófagas) — as demais são permitidas.
  • Insetos alados: exceções para alguns que saltam (p. ex., gafanhotos); os demais são impuros.
  • Contato com carcaças: tocar animais impuros ou mortos comunica impureza temporária e exige banho/espera.

Leitura cristã: Em At 10,11–16 e Mc 7,18–19, Deus revela a Pedro e, depois, Jesus ensina que a impureza não vem do alimento em si, preparando a compreensão da universalidade do Evangelho.

Lv 12 — Purificação da mulher depois do parto

Define tempos de resguardo e ofertas no Templo ao fim do período de purificação. Lc 2,24 recorda Maria e José observando essa lei ao apresentarem Jesus.

Lv 13 — A “lepra” humana (doenças cutâneas) e diagnóstico sacerdotal

  • Quadros avaliados: tumor, dartro e mancha; lepra inveterada; úlcera; queimadura; afecções do couro cabeludo; exantema; calvície.
  • Função do sacerdote: examinar, isolar quando necessário e declarar puro/impuro.
  • Lepra das vestes: orientações para tecidos e couros contaminados.

Lv 14–16 — Purificações e o Dia da Expiação

  • Purificação do leproso (Lv 14): ritos com aves, água viva, óleo e sacrifícios; reintegração do curado à comunidade.
  • Lepra das casas: critérios para diagnóstico e, se preciso, demolição.
  • Impurezas sexuais (Lv 15): fluxos do homem e da mulher tornam impuros por tempo determinado; regras de higiene e banhos.
  • O grande Dia das Expiações – Yom Kippur (Lv 16): sumo sacerdote oferta sacrifícios por si e pelo povo; rito dos dois bodes (um sacrificado e o “expulsado” ao deserto), purificando santuário e comunidade.

Nm 1–4 — O recenseamento

Início do livro de Números: censo das tribos para organizar a marcha no deserto, funções dos levitas e disposição do acampamento ao redor do Tabernáculo. Estrutura o povo como “exército santo” em ordem de peregrinação e culto.

Lv 23-25 = Festas do AT (Reinke, 55)

Resumo

Os capítulos 23 a 25 do livro do Levítico revelam a santificação do tempo como dom de Deus. O Senhor transforma o calendário de Israel em um instrumento de comunhão e memória da aliança, fazendo com que cada festa e cada sábado sejam sinais da presença divina na história. O tempo deixa de ser simples sucessão de dias e torna-se espaço sagrado de encontro com Deus.

Páscoa e Ázimos

As festas da Páscoa (origem pastoril) e dos Ázimos (origem agrícola) foram unificadas na reforma do rei Josias. A Páscoa passa a celebrar não apenas ciclos naturais, mas a ação libertadora de Deus. A Páscoa judaica torna-se figura da Páscoa cristã, em que Cristo é o Cordeiro imolado e ressuscitado.

Festa das Semanas (Pentecostes)

Celebrada cinquenta dias após a Páscoa, marcava o fim da colheita da cevada e início da do trigo. Era a oferta das primícias dos frutos, reconhecendo que tudo pertence ao Senhor. No Novo Testamento, Pentecostes ganha novo sentido com a vinda do Espírito Santo.

Festa das Trombetas

Também chamada de Rosh Hashaná (Ano Novo Judaico), ocorria no primeiro dia do sétimo mês. O som do shofar marcava o início de um tempo sagrado, convidando o povo à conversão e à lembrança da criação.

Dia da Expiação (Yom Kippur)

Celebrado no décimo dia do sétimo mês, é o ápice da liturgia penitencial de Israel. O povo se humilha em jejum e oração, buscando purificação e reconciliação com Deus. Representa o grande dia da misericórdia e do perdão.

Festa das Tendas (Sukkot)

Realizada após a colheita dos frutos, durava sete dias. O povo habitava em cabanas para recordar o tempo do deserto, quando vivia sob a tenda da presença divina. Era uma das festas mais alegres, marcada por gratidão e confiança no Senhor.

Ano Sabático

A cada sete anos, a terra devia descansar. Ninguém cultivava ou colhia; todos podiam comer do que nascesse espontaneamente. O ano sabático expressava a confiança na providência divina e o reconhecimento de que a terra pertence a Deus.

Ano Jubilar

Após sete ciclos de sete anos (49 anos), o quinquagésimo ano era proclamado com som de trombeta: o Jubileu. Nesse tempo, os escravos eram libertos e as propriedades devolvidas aos donos originais, simbolizando libertação, justiça e restauração.

Conclusão – O Tempo Redimido

As festas de Levítico 23–25 formam um verdadeiro catecismo do tempo. Cada celebração ensina que a história humana é conduzida por Deus e encontra plenitude em Cristo, no qual todas as festas se cumprem. O tempo, santificado, torna-se espaço de salvação e comunhão com o Criador.

Formação: O significado espiritual do deserto

Resumo

Material em Desenvolvimento. Retorne em instantes.

CULTURA: como se vestiam os sacerdotes - Lv

Resumo

Material em Desenvolvimento. Retorne em instantes.
Números – Semana 8

Números – Semana 8

Nesta oitava semana, a Escritura nos conduz pelos primeiros passos da longa caminhada à Terra Prometida.

Com as bênçãos concluídas (cf. Nm 7), o serviço santo se cumprirá sob a luz que permanece acesa, guia fiel dos consagrados (cf. Nm 8). E eis que, sob a luz eterna e a nuvem do Senhor, Israel celebrará a Páscoa da libertação que abriu os caminhos da travessia, onde aprenderão a caminhar segundo o tempo e a vontade do Altíssimo, como se ouvissem o convite silencioso:

“Segue-me, ainda que o caminho não esteja claro.”

cf. Nm 9

E assim, depois de longos dias de espera e instrução, o silêncio do deserto se tornará música de movimento; o momento de partir se anunciará como um sopro divino que desperta corações e organiza passos (cf. Nm 10,1-10). A nuvem se erguerá do santuário e o povo deixará o Sinai, conduzido pela Arca que abrirá caminhos e preparará moradas no deserto (cf. Nm 10,11-28.33). Entre apelos de Moisés e promessas de bênção, a marcha começará sob a prece ardente:

“Levanta-te, Senhor, caminha com teu povo; volta, Senhor, e habita entre os teus.”

cf. Nm 10,35-36

Mas logo, no compasso da caminhada, a fidelidade da nuvem será provada pela fragilidade dos corações. Embora a nuvem do Senhor os cercasse, o coração humano vacilará, sentindo saudades das cebolas do Egito. O povo murmurará contra o Senhor e contra Moisés, mas mesmo na rebeldia, o juízo se entrelaça à misericórdia. Na fome, na sede e nos temores, a nuvem permanecerá firme, lembrando que o Altíssimo nunca abandona o seu povo, mesmo quando o coração vacila (cf. Nm 11–12).

E no silêncio da caminhada, a nuvem os levará ao confronto entre medo e fé. Moisés enviará doze espias à Terra Prometida: dez voltarão com medo; dois, com fé. E da fidelidade provada nascerá a longa peregrinação pelo deserto, onde serpentes e inimigos rondarão o caminho, ensinando a Israel que a fidelidade ao Altíssimo é caminho mais seguro que qualquer terra prometida (cf. Nm 13–14; 16,1–17,13; 20–21,4-9).

Mas a nuvem, fiel no deserto, os conduzirá ao limiar da terra sonhada. E quando Israel chegar às planícies de Moab, sob a ameaça de Balac e Balaão, a nuvem guiará e a jumenta alertará:

“Segue o caminho do Senhor.”

cf. Nm 22,22-35

E assim avançarão, tribo por tribo, acampamento por acampamento, experimentando o rigor da disciplina e a força vivificante da promessa.

Eis, aí, o Deus que caminha.

Ficou com alguma dúvida?

Nos diga abaixo que iremos te responder em nosso próximo encontro ou em nossa página de DÚVIDAS (clique aqui)

Exemplo: Encontro de Domingo - Gênesis 38-50