Números – Semana 8
Nesta oitava semana, a Escritura nos conduz pelos primeiros passos da longa caminhada à Terra Prometida.
Com as bênçãos concluídas (cf. Nm 7), o serviço santo se cumprirá sob a luz que permanece acesa, guia fiel dos consagrados (cf. Nm 8). E eis que, sob a luz eterna e a nuvem do Senhor, Israel celebrará a Páscoa da libertação que abriu os caminhos da travessia, onde aprenderão a caminhar segundo o tempo e a vontade do Altíssimo, como se ouvissem o convite silencioso:
“Segue-me, ainda que o caminho não esteja claro.”
cf. Nm 9
E assim, depois de longos dias de espera e instrução, o silêncio do deserto se tornará música de movimento; o momento de partir se anunciará como um sopro divino que desperta corações e organiza passos (cf. Nm 10,1-10). A nuvem se erguerá do santuário e o povo deixará o Sinai, conduzido pela Arca que abrirá caminhos e preparará moradas no deserto (cf. Nm 10,11-28.33). Entre apelos de Moisés e promessas de bênção, a marcha começará sob a prece ardente:
“Levanta-te, Senhor, caminha com teu povo; volta, Senhor, e habita entre os teus.”
cf. Nm 10,35-36
Mas logo, no compasso da caminhada, a fidelidade da nuvem será provada pela fragilidade dos corações. Embora a nuvem do Senhor os cercasse, o coração humano vacilará, sentindo saudades das cebolas do Egito. O povo murmurará contra o Senhor e contra Moisés, mas mesmo na rebeldia, o juízo se entrelaça à misericórdia. Na fome, na sede e nos temores, a nuvem permanecerá firme, lembrando que o Altíssimo nunca abandona o seu povo, mesmo quando o coração vacila (cf. Nm 11–12).
E no silêncio da caminhada, a nuvem os levará ao confronto entre medo e fé. Moisés enviará doze espias à Terra Prometida: dez voltarão com medo; dois, com fé. E da fidelidade provada nascerá a longa peregrinação pelo deserto, onde serpentes e inimigos rondarão o caminho, ensinando a Israel que a fidelidade ao Altíssimo é caminho mais seguro que qualquer terra prometida (cf. Nm 13–14; 16,1–17,13; 20–21,4-9).
Mas a nuvem, fiel no deserto, os conduzirá ao limiar da terra sonhada. E quando Israel chegar às planícies de Moab, sob a ameaça de Balac e Balaão, a nuvem guiará e a jumenta alertará:
“Segue o caminho do Senhor.”
cf. Nm 22,22-35
E assim avançarão, tribo por tribo, acampamento por acampamento, experimentando o rigor da disciplina e a força vivificante da promessa.
Eis, aí, o Deus que caminha.
































