4º Encontro

Ex 1-21

14 • setembro • 2025

Visão geral

Segundo livro do Pentateuco e da Torá. O Êxodo narra a saída de Israel da escravidão do Egito, a condução pelo deserto e a aliança no Sinai. É o livro da libertação, da revelação da Lei e da formação de um povo santo. Apresenta Moisés como mediador, figura de Cristo, e mostra que Deus é o Senhor que vê, escuta e liberta.

Dados essenciais

  • Língua original: Hebraico bíblico

  • Títulos: שׁמְוֹת (Shemot) – “Nomes” (heb.); Ἔξοδος (gr.) – “Saída”; Exodus (lat.)

  • Coleção: Pentateuco / Torá

  • Autoria/tradição: Atribuído a Moisés; redação final no Exílio (sécs. VI–V a.C.)

  • Cenários: Egito, deserto do Sinai, Canaã

  • Horizonte histórico: século XIII a.C. (época de Ramessés II, segundo hipótese mais aceita)

Megatemas (palavras-chave)
Escravidão e Libertação; Aliança; Lei e Culto; Páscoa; Presença de Deus; Santidade.

Nomes de Deus no Êxodo
YHWH (Eu sou), Adonai (Senhor), Ha-Shem (O Nome).


Estrutura do conteúdo

I) Libertação do Egito (Ex 1–18)
  • Israel no Egito: descendência de Jacó, escravidão e clamor do povo.

  • Vocação de Moisés: nascimento, sarça ardente, revelação do Nome divino.

  • Pragas e Páscoa: sinais contra o faraó, libertação, cordeiro pascal.

  • Saída e travessia do mar: passagem pelo mar, cântico de vitória.

II) Caminhada no deserto (Ex 19–24)
  • Maná e água: sustento de Deus no caminho.

  • Combate e alianças: Josué surge; Moisés intercede pelo povo.

  • Aliança no Sinai: teofania, Decálogo, Código da Aliança.

III) Presença de Deus e santificação (Ex 25–40)
  • Santuário e culto: instruções sobre a Arca, Tabernáculo e sacerdócio.

  • O bezerro de ouro: ruptura e renovação da Aliança.

  • A presença de Deus: a nuvem e a glória enchem o Tabernáculo.


Como ler com o Theophilus

  • Cristo no centro: o cordeiro pascal aponta para Cristo, o Cordeiro de Deus.

  • Ouvir e rezar: o Êxodo é memorial da Páscoa, lido à luz da Eucaristia.

  • Personagens e sinais: Moisés, Aarão, o maná, a sarça ardente – todos revelam a pedagogia divina.

  • Em comunhão com a Igreja: o Decálogo e a Aliança iluminam a vida cristã.


Para aprofundar no encontro

  • Leituras da semana: capítulos do Êxodo conforme o plano do Theophilus.

  • Materiais: PDF (apostila), slides, referências ao Catecismo e obras de arte.

  • Objetivo: reconhecer em Cristo o novo Moisés e aprender a viver a liberdade que vem de Deus.

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Resumo

O Êxodo, segundo livro do Pentateuco, narra a libertação de Israel da escravidão no Egito, a caminhada pelo deserto e a Aliança no Sinai. É a memória fundante da identidade do povo de Deus: o Senhor que liberta e faz do povo uma nação consagrada. O livro mostra como Deus age na história, conduzindo seu povo da opressão para a liberdade, da escravidão para a aliança.

Dados essenciais

  • Língua original: Hebraico

  • Títulos: Ἔξοδος (gr.), Exodus (lat.), שׁמְוֹת – Shemot (heb.) = “Nomes”

  • Coleção: Pentateuco / Torá

  • Autoria/tradição: Moisés / tradição oral e escrita

  • Cenários: Egito, deserto do Sinai

  • Horizonte histórico: saída do Egito (séc. XIII a.C.) até a redação no Exílio (séc. VI a.C.)

Megatemas (palavras-chave)
Escravidão; Libertação; Aliança; Decálogo; Povo de Deus.


Estrutura do conteúdo

I) A libertação do Egito (Ex 1–15)
  • Israel no Egito (Ex 1): Opressão do povo descendente de Jacó.

  • Vocação de Moisés (Ex 2–6): nascimento, fuga para Madiã e chamado na sarça ardente; revelação do Nome divino.

  • Pragas do Egito e Páscoa (Ex 7–12): dez pragas culminam na morte dos primogênitos; instituição da Páscoa e festa dos Ázimos.

  • Saída e travessia (Ex 13–15): fuga, perseguição egípcia, travessia do mar e canto de vitória.

II) A caminhada no deserto (Ex 16–18)
  • Deus sustenta o povo com o maná, codornizes e água da rocha; vitória sobre Amalec; encontro de Moisés com Jetro e instituição dos juízes.

III) A Aliança no Sinai (Ex 19–21)
  • Chegada ao Sinai: Deus propõe a Aliança e manifesta-se em teofania.

  • O Decálogo (Ex 20): dez mandamentos, fundamento da lei e da vida do povo.

  • Código da Aliança (Ex 21): primeiras leis sociais, civis e religiosas, mostrando que a liberdade implica compromisso com a justiça.


Como ler com o Theophilus

  • Cristo no centro: o Êxodo é a figura da libertação em Cristo, a verdadeira Páscoa.

  • Ouvir e rezar: cada passo do povo é convite a confiar na providência.

  • Personagens e promessas: Moisés como mediador prefigura Cristo.

  • Em comunhão com a Igreja: o Decálogo continua atual como base moral universal.


Para aprofundar no encontro

  • Leituras da semana: Êxodo 1–21.

  • Materiais: PDF da introdução, slides, Catecismo da Igreja Católica, obras de arte bíblica.

  • Objetivo: reconhecer no Êxodo a ação de Deus que liberta e chama à Aliança, fundamento da fé cristã.

O culto a Deus no Êxodo: o Tabernáculo

Resumo

Após a saída do Egito, Deus pede ao povo, no Sinai, a construção do Tabernáculo, um santuário móvel onde Ele habitaria no meio deles. Essa tenda sagrada era sinal da presença de Deus, lugar de encontro e culto, acompanhando Israel em sua peregrinação. O Tabernáculo foi projetado com riqueza de detalhes, simbolizando a santidade e a glória divina, e preparando o povo para o Templo de Jerusalém e para a realidade definitiva do Céu.

Dados essenciais

  • Nome: Mishkan (hebr.) = Tabernáculo, Santuário, Tenda da Reunião.

  • Função: habitação de Deus no meio do povo, local da Arca da Aliança.

  • Estrutura: madeira de acácia, ouro, prata, tecidos finos e pedras preciosas.

  • Compartimentos: Lugar Santo e Santo dos Santos (separados pelo véu).

  • Horizonte histórico: período da peregrinação no deserto (séc. XIII a.C.).


Estrutura do conteúdo

  • Construção: Ex 25–31 descrevem o projeto; Ex 35–39 relatam sua execução fiel.

  • Objetos sagrados: Arca da Aliança, mesa dos pães, candelabro (menorá), altar do incenso e altar dos holocaustos.

  • Átrio exterior: espaço dos sacrifícios, com altar de bronze e bacia de purificação.

  • Consagração: ao concluir a obra, a nuvem e a glória do Senhor encheram o Tabernáculo (Ex 40,34-38).


Megatemas

  • Presença de Deus: o Senhor caminha com Seu povo.

  • Aliança e culto: o Tabernáculo é sinal visível da comunhão com Deus.

  • Santidade: véu, ouro e tecidos expressam a separação entre o divino e o humano.

  • Prefiguração: o Tabernáculo antecipa o Templo e aponta para Cristo e a Igreja.


Como ler com o Theophilus

  • Cristo no centro: o véu rasgado na cruz revela o acesso pleno a Deus.

  • Ouvir e rezar: perceber no Tabernáculo a pedagogia divina da presença constante.

  • Personagens e dons: Beseleel e Ooliab mostram como Deus capacita artesãos para sua obra.

  • Em comunhão com a Igreja: Padres como S. Gregório Magno e S. Efrém interpretam o Tabernáculo como imagem do Céu e da Igreja.


Para aprofundar no encontro

  • Leitura: Êxodo 19–40 (passagens sobre o Sinai e o Tabernáculo).

  • Materiais: apostila, slides, citações do Catecismo e comentários patrísticos.

  • Objetivo: compreender o culto no Êxodo como experiência de encontro com Deus e como preparação para Cristo e a Igreja.

CIC 1159-1162: veneração de imagens

Resumo

O Catecismo da Igreja Católica (CIC 1159–1162) ensina sobre a veneração das imagens. A Encarnação do Filho de Deus inaugurou uma nova economia das imagens: agora é possível representar Cristo e, n’Ele, a Mãe de Deus e os santos. Os ícones e imagens não são simples ornamentos, mas sinais que iluminam a fé, comunicam a mensagem evangélica e conduzem à contemplação do mistério divino.

Dados essenciais

  • Fundamento: A Encarnação torna visível o invisível: “o Verbo se fez carne”.

  • Função: Ícones e imagens tornam presente o Evangelho de forma visual.

  • Destinatários: Cristo, a Virgem Maria, os anjos e os santos.

  • Finalidade: ajudar na oração, na liturgia e na vida cristã.


Estrutura do conteúdo

  • Economia das imagens: antes, Deus era invisível; agora, em Cristo, pode ser representado.

  • Tradição: desde os Padres da Igreja, a iconografia é parte essencial da fé.

  • Liturgia: imagens têm lugar nos templos, nos objetos sagrados e até nas casas.

  • Dimensão espiritual: a beleza das imagens eleva o coração e fortalece a oração.


Megatemas

  • Inculturação: a fé se expressa também pelas imagens.

  • Mediação: as imagens ajudam a unir Palavra, liturgia e vida.

  • Contemplação: ícones são janelas para o mistério de Deus.


Como ler com o Theophilus

  • Cristo no centro: toda imagem autêntica conduz a Cristo.

  • Ouvir e rezar: contemplar imagens junto da Palavra e do canto litúrgico.

  • Personagens e ícones: venerar os santos como reflexos da santidade de Deus.

  • Em comunhão com a Igreja: valorizar a tradição que une imagem e fé desde os primeiros séculos.


Para aprofundar no encontro

  • Leitura: Catecismo da Igreja Católica, §§ 1159–1162.

  • Materiais: slides, ícones cristãos, textos patrísticos.

  • Objetivo: compreender como a veneração das imagens fortalece a fé e enriquece a oração cristã.

ARTE: Pintura "Moisés e as filhas de Jetro", de Ciro Ferri (MASP) - Ex 18

Resumo

Essa obra, óleo sobre tela, 123 × 169 cm, ~1670, é de autoria de Ciro Ferri (pintor e escultor italiano da era barroca, ~1634-1689), pertence ao acervo do Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand (MASP), São Paulo, Brasil. A pintura é uma interpretação do tema bíblico do Livro do Êxodo (Ex 2,15-20), que embora pequeno, representa um importante episódio de mudança na vida de Moisés. Recordemos que quando Moisés cresceu, defendeu um escravo hebreu matando o egípcio que o feria (Ex 2,11-12). Ao saber disso, o Faraó mandou matar Moisés que fugiu para Madiã. Naquela região, Moisés descansava junto a um poço (Ex 2,15) e enquanto ele estava ali, as filhas do sacerdote Jetro (ou Ragüel), foram ao poço tirar água para dar ao rebanho de seu pai (Ex 2,16). Porém apareceram uns pastores com seus respectivos rebanhos, e quiseram expulsá-las para eles sim utilizarem a água do poço. Moisés intervém para ajudá-las, afastando os pastores (Ex 2,17). A Bíblia não apresenta maiores detalhes desse encontro, mas o pintor Ciro Ferri o interpreta de uma forma ampla e maravilhosa. Vamos apreciá-la por um instante destacando alguns aspectos. A obra é caracterizada por um forte drama e uma composição dinâmica, com um uso pronunciado de luz e sombra para criar um efeito teatral. A pintura expressa a força e a coragem de Moisés, que intervém para proteger as mulheres da agressão dos pastores, enfatizando seu papel de defensor e protetor. O dinamismo da cena caracterizado pelas poses das figuras contribui para criar uma atmosfera intensa e envolvente. O cenário é um poço de água à sombra de uma árvore encorpada e afastado da cidade. O artista valoriza a organização dramática dos personagens e nos oferece duas perspectivas distintas para expressar o relato bíblico: – a esquerda, as mulheres fazendo com responsabilidade e determinação a tarefa que lhes cabia, dar água aos animais que já bebem num bebedouro. Elas estão em distâncias, posições e gestos diferentes em relação ao poço, e com vestes também diferentes. Em duplas, elas conversam aparentando segurança diante da interferência protetora de Moisés. A mulher que está em destaque, (talvez seja Séfora), apresenta um elaborado desenho de dobras em seu vestido, com destaque para o cuidadoso sombreado e sua nuance de cores. Curiosamente só seis delas são retratadas. – a direita, numa área de ação mais dinâmica da tela, três pastores que se aproximavam e procuravam afastar as irmãs para tomar o lugar delas no poço, não esperavam pela pronta reação do forte Moisés, que derruba dois pastores enquanto o terceiro começa a fugir junto com seu rebanho de ovelhas. Sua figura é imponente e decidida, enfatizando sua força física e moral. O artista revela um duro confronto entre homens fortes e rudes, sem armas, apenas com cajados e a força de seus braços para marcar posição e impor sua vontade. Mesmo sem conhecer as mulheres, Moisés demonstra solidariedade, compaixão e um instinto natural por justiça, que o leva a defender as jovens, proteger sua dignidade e ajudando-as a dar de beber aos animais. Ferri demonstra um estilo grandioso e equilibrado, destacando clareza narrativa e emotiva numa composição que desperta espiritualidade e empatia. Apesar de estar fora de sua terra, Moisés não se cala diante da injustiça e não hesita em defender os mais fracos. Jetro, ao ouvir o relato de suas filhas, convida Moisés para sua casa e oferece hospitalidade (Ex 2,19-20). Esse significativo encontro não é apenas um episódio isolado. Esse encontro com as filhas de Jetro inicia uma nova fase na vida de Moisés, que encontra acolhida por parte de Jetro, casamento com uma das filhas, Séfora, e orientação para a liderança do povo de Israel. O conselho de Jetro se torna um marco no estabelecimento de uma estrutura de liderança justa e eficaz, essencial para a organização de Israel como um povo que serviria a Deus.
Nesta quinta semana, entre o Egito e a Terra Prometida, acompanhamos Israel aos pés do Sinai, onde a voz do Altíssimo se faz ouvir. Depois da montanha, virá o chão (cf. Ex 20), e o silêncio do monte dará lugar ao movimento da vida cotidiana. A Lei, que começara a tomar forma nos lares — entre servos, filhos, irmãos e vizinhos —, se tornará clara: justiça não é apenas medida e punição, mas também cuidado, escuta e responsabilidade (cf. Ex 21). Mas o coração do Altíssimo não se limita às paredes das casas. Sua voz, que protege o fraco e restitui o perdido, se estenderá aos campos, atravessará as aldeias e alcançará cada relação que sustenta a comunidade e; omo quem dirige a palavra a cada um, exortará: “Não maltratem o estrangeiro nem o oprimido; se os ferirem e clamarem a mim, ouvirei o seu clamor” (cf. Ex 22,21-22). Após as leis que regulam a vida doméstica e social (cf. Ex 22), o Altíssimo instruirá o povo a viver conforme a Sua vontade: respeitar a terra, dar-lhe descanso, cuidar da família e proteger órfãos, viúvas e estrangeiros — dizendo com firmeza: “Não maltratarás o pobre nem o estrangeiro; se clamarem a mim, ouvirei” (cf. Ex 23,9) e o povo, ouvindo, responderá, confirmando seu compromisso: “Faremos tudo o que o Senhor disse” (cf. Ex 24,7). Moisés selará a aliança (cf. Ex 24,8), subirá ao monte e receberá os desenhos da morada divina: uma tenda frágil que conterá uma glória eterna (cf. Ex 25–31). Mas no vale, o silêncio gera medo, e o povo molda um deus de metal, trocando a presença por um ídolo (cf. Ex 32). Moisés, então, intercederá: “Perdoa, Senhor, a iniquidade deste povo” (cf. Ex 34,9). E da súplica pela vida nascerá a súplica pela presença: “Se a tua presença não vier conosco, não nos faças subir daqui” (cf. Ex 33,12-23). E o Altíssimo, falando com Moisés “face a face, como um homem fala com seu amigo” (cf. Ex 33,11), descerá para restaurar a presença e renovar a aliança (cf. Ex 34,6-10). E do perdão nasce o recomeço. A presença que volta acenderá no povo um novo ardor. O povo, perdoado, colocará mãos e corações na obra. O povo oferecerá, a tenda se erguerá e, quando tudo estiver concluído, a nuvem cobrirá a Tenda e a glória do Senhor encherá a tenda, transformando o simples em sagrado, lembrando ao coração dos homens: “Eu sou o Senhor que habita entre vocês” (cf. Ex 35-40). O povo, perdoado, colocará mãos e corações na obra. O povo oferecerá; a tenda se erguerá, e quando tudo se cumprir, a nuvem cobrirá a Tenda e a glória do Senhor encherá a tenda, transformando o simples em sagrado, ecoando no íntimo do coração do povo a lembrança eterna: “Eu sou o Senhor que habita entre vocês” (cf. Ex 35-40). Eis, aí, o Deus que libertou, legislou, perdoou e agora habita.

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Exemplo: Encontro de Domingo - Gênesis 38-50