Josué – Semana 12
Nesta 12ª semana, a Escritura nos conduz do tempo da promessa ao tempo da posse (cf. Js 1-24).
O tempo da promessa se cumpre, e o Altíssimo se fará ouvir. E sob a sombra do Onipotente, Josué, filho de Num, escuta:
“Como estive com Moisés, assim estarei contigo. Sê forte e corajoso […] Levanta-te, atravessa este Jordão, tu e todo este povo.”
cf. Js 1; Sl 91,1
Entre o chamado e o envio, o silêncio prepara a obediência. Antes que o Jordão se abra, o Altíssimo estenderá Suas asas sobre Jericó e sobre os que confiam. No coração de Raab, a promessa encontrará refúgio: um fio carmesim, frágil e luminoso, se tornará sinal de uma aliança que nem o mais atento inimigo poderá violar, confessando com os lábios o que o coração já sabia:
“O Senhor, vosso Deus, é Deus em cima nos céus e embaixo na terra.”
cf. Js 2,11
E do alto, a resposta divina não tarda:
“Nenhum mal te sucederá, nem praga alguma chegará à tua tenda.”
cf. Sl 91,10
E ali, no segredo de um lar distante, o Altíssimo inicia a queda de muros que olhos humanos não veem (cf. Js 2).
Eis que o tempo da benevolência chegou; o que fora guardado na espera se revela em travessia: no vão que separa o que se deixa e o que se espera, as águas do Jordão se abrem sob a obediência, guardando o segredo da conquista — só atravessa quem confia —, ensinando que a fidelidade é a ponte que une as margens. E entre essas margens, o discípulo do profeta descansa na certeza de que a presença divina abre caminho onde parecia não haver passagem (cf. Js 3).
Eis, enfim, a Terra Prometida — não apenas chão, mas sacramento. E quando, enfim, os pés tocam a terra, a circuncisão e a Páscoa se fazem atos de identidade: sinais de um povo que renasce, não apenas como herdeiro de um território, mas como portador do Deus que cumpre o que promete (cf. Js 4–5).
A travessia termina, mas a caminhada continua. Entre o pó de Canaã e o perfume da fidelidade, Israel aprenderá que a terra prometida não é apenas um território a conquistar, mas um coração a habitar — onde o Altíssimo faz morada entre os que confiam e atravessam. Entre vitórias e quedas, Jericó cai, Hai é vencida, o sol se curva e os reis se rendem, pois a fé faz o tempo e a terra obedecerem ao Soberano Senhor, ensinando ao povo que só a obediência triunfa (cf. Js 6–12).
As guerras se findam, e a terra será distribuída entre as doze tribos. Cada tribo receberá sua porção como herança e responsabilidade: Judá nas colinas do sul, Efraim e Manassés no centro, Dã e Aser junto ao mar, até que todo o território se torne expressão visível da unidade do povo escolhido (cf. Js 13-22).
Entre o crepúsculo da travessia e a luz da posse, Josué se erguerá novamente diante de Israel. O tempo de conquistas termina, mas o coração do guerreiro não se volta às vitórias, e sim repousa na eternidade da aliança. Diante do povo reunido, se ergue a voz do discernimento e da escolha:
“Sede firmes na aliança com o Senhor, não vos mistureis com os povos que ainda habitam a terra, nem busqueis seus deuses, para que a mão do Altíssimo permaneça sobre vós.”
cf. Js 23,6-8
Suas palavras convocam todos à decisão radical e consciente:
“Escolhei hoje a quem servireis. Eu e minha casa serviremos ao Senhor.”
cf. Js 24,15
Ensinando, como líder, que a fé não se mede por conquistas, mas pela fidelidade que habita o coração (cf. Js 23-24).
E eis que a travessia se cumpre, mas Israel seguirá atravessando, aprendendo que a terra prometida se abre não só aos pés, mas ao coração que confia (cf. Sl 91,9-10), guardando no seu íntimo a certeza inabalável de que:
“O Senhor cumpriu todas as Suas palavras — e nenhuma delas falhou.”
cf. Js 21,45
Eis, aí, o Deus da Vitória!













































