1º Encontro

Gênesis 1-21

24 • agosto • 2025

Visão geral

Primeiro livro da Bíblia e do Pentateuco. Apresenta os começos: do mundo, da humanidade, do pecado e da história da salvação que Deus conduz por alianças (Noé, Abraão) até os patriarcas. É a porta de entrada para toda a Escritura.

Dados essenciais

  • Língua original: Hebraico (com traços aramaicos)

  • Títulos: Γένεσις (gr.), Genesis (lat.), Bereshit (heb.) — “no princípio”

  • Coleção: Pentateuco / Torá

  • Autoria/tradição: Moisés e tradição oral/escrita do povo de Israel

  • Cenários: Mesopotâmia, Canaã, Egito

  • Horizonte histórico: das origens à época dos patriarcas

Megatemas (palavras-chave)
Começos; Desobediência e Pecado; Aliança e Obediência; Prosperidade; Israel; Rivalidade entre irmãos.

Nomes de Deus em Gênesis (exemplos)
Elohim (Deus), YHWH Elohim (SENHOR Deus), El Elyon (Deus Altíssimo), El Shaddai (Deus Todo-Poderoso), Deus Eterno, “Deus que me vê”.


Estrutura do conteúdo

I) As origens do mundo e da humanidade (Gn 1–11)
  • Criação e paraíso (Gn 1–3): obra dos seis dias; criação do homem e da mulher; queda.

  • Primeiras gerações (Gn 4–6): Caim e Abel; descendências; “filhos de Deus e filhas dos homens”.

  • Dilúvio e nova aliança (Gn 6–9): corrupção, arca de Noé, saída, arco-íris e nova ordem.

  • Depois do dilúvio (Gn 9–11): tábua das nações; torre de Babel; genealogias até Abraão.

II) História dos Patriarcas (Gn 12–36)

Ciclo de Abraão (Gn 12–25)

  • Vocação e promessas; aliança e circuncisão; intercessão por Sodoma; sacrifício de Abraão; nascimento de Isaac; bênçãos e sepultamentos.
    Isaac e Jacó (Gn 25–36)

  • Esaú e Jacó; direito de primogenitura; sonho de Jacó; Labão, casamentos e filhos; luta com Deus; reconciliação com Esaú; violência em Siquém; nascimento de Benjamim; doze tribos.

III) História de José (Gn 37–50)
  • José e os irmãos; venda ao Egito; tentação e prisão; interpretação dos sonhos; fome e reencontro; descida de Jacó ao Egito; bênçãos finais; morte de Jacó e de José.


Como ler com o Theophilus

  • Cristo no centro: ler Gênesis à luz do Evangelho e da história da salvação.

  • Ouvir e rezar: deixar que as alianças (Noé, Abraão) iluminem a aliança nova em Cristo.

  • Personagens e promessas: seguir patriarcas, provações e fidelidade de Deus.

  • Em comunhão com a Igreja: recorrer ao Catecismo e aos Padres para as passagens difíceis.


Para aprofundar no encontro

  • Leituras da semana: capítulos indicados no plano (ver “Materiais do encontro”).

  • Materiais: PDF (roteiro), slides, citações do CIC e obras de Bíblia & Arte.

  • Objetivo: crescer na fé com clareza, constância e comunidade.

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As origens do mundo e da humanidade

Resumo

O Livro do Gênesis, primeiro da Sagrada Escritura e integrante do Pentateuco, narra as origens do mundo, da humanidade e do povo de Israel. Escrito originalmente em hebraico e aramaico, sua redação final aconteceu durante o exílio babilônico, no século VI a.C., sendo tradicionalmente atribuído a Moisés. O Gênesis se inicia com a criação e apresenta grandes temas que atravessam toda a narrativa: os começos, a desobediência e o pecado, mas também a aliança, a obediência, a prosperidade, a eleição de Israel e a rivalidade entre irmãos. Nele, Deus se revela de diversas formas, recebendo nomes que expressam sua grandeza: Elohim (Deus), YHWH Elohim (Senhor Deus), El Elyon (Deus Altíssimo), El Shaddai (Deus Todo-Poderoso), El Olam (Deus eterno) e El Roi (Deus que me vê). Esses títulos revelam a relação de proximidade e transcendência do Criador com a humanidade. O livro também dialoga com antigas tradições da Mesopotâmia, como o Enuma Elish e o Épico de Gilgamesh, que tratam da criação e do dilúvio, mas diferem ao apresentar no Gênesis um Deus único, justo e misericordioso, que age por amor. A primeira grande parte (Gn 1–11) apresenta as origens do mundo e da humanidade: a obra dos seis dias, a criação do homem e da mulher e o paraíso; a história de Caim e Abel, as descendências de Caim e Set, os patriarcas anteriores ao dilúvio e a corrupção da humanidade. Em seguida, o dilúvio mostra tanto a justiça quanto a salvação de Deus: Noé é escolhido para preparar a arca, atravessar as águas e inaugurar uma nova ordem no mundo. Por fim, a narrativa conduz até a torre de Babel, símbolo da soberba humana, e à genealogia de Taré, pai de Abraão, preparando o caminho da história da salvação. Assim, o Gênesis é o livro dos inícios: apresenta o Deus Criador, a fragilidade do homem, mas também a esperança de uma promessa que se cumpre na história.

Resumo

Não há

O ser humano, imagem de Deus

Resumo

Segundo o Catecismo da Igreja Católica (CIC 355-361), o homem é a única criatura visível criada para conhecer e amar a Deus, chamado a partilhar Sua vida pelo conhecimento e pelo amor. Criado à imagem divina, possui dignidade única de pessoa, capaz de se conhecer, de se doar livremente e de entrar em comunhão. A graça o convida a uma Aliança com o Criador, oferecendo uma resposta de fé e amor insubstituível. Essa dignidade fundamenta a solidariedade universal: apesar da diversidade entre povos e culturas, todos os homens são verdadeiramente irmãos.

Michelangelo Buonarroti e “A Criação de Adão”

Resumo

Michelangelo (1475–1564), gênio renascentista, pintou o teto da Capela Sistina a convite do Papa Júlio II. Entre as obras, destaca-se “A Criação de Adão”, representação icônica do momento em que Deus transmite a vida ao primeiro homem. A cena concentra-se no toque quase dado entre os dedos de Deus e Adão, simbolizando a força divina que comunica a vida e a dignidade ao ser humano. Adão, despertando de forma preguiçosa, recebe o sopro de vitalidade, enquanto o Criador é representado em vigor e majestade, rodeado por anjos e pela figura de Eva, ainda junto ao Pai. O detalhe da composição mostra o contraste: a fraqueza e passividade de Adão diante da energia e poder de Deus, que, com um gesto simples, comunica a vida. Este encontro visual não apenas ilustra o texto bíblico de Gn 1,27 – “Deus criou o homem à sua imagem”, mas também expressa, na arte, o mistério do amor divino que gera e sustenta a humanidade.
Nesta semana inaugural, daremos juntos os primeiros passos em uma jornada fascinante pelas páginas sagradas que guardam o princípio de todas as coisas. No Gênesis, a voz eterna de Deus fala e com seu ‘Faça-se!’, a vida nasce, a criação se revela e o ser humano desperta (cf. Gn 1-2). Mas mesmo na luz que ilumina a beleza do mundo, sombras e murmúrios se insinuarão: O desejo de ser como Deus sussurrará ao coração de Adão e o conduzirá à queda (cf. Gn 3,5). Contudo, a queda não será o fim, mas o começo de uma história em que Deus permanecerá presente, guiando a humanidade com mãos firmes e misericordiosas, trazendo esperança em meio à sombra (cf. Gn 3,15). De Adão a Noé, a humanidade experimentará tanto a bênção da vida quanto o peso da morte (cf. Gn 4–5), mas encontrará pelas águas do dilúvio, a graça misericordiosa de Deus, que preserva e renova (cf. Gn 6–9). De Noé até Abraão, a humanidade crescerá e tropeçará novamente em seu orgulho. Na Torre de Babel, línguas se confundirão e os povos se dispersarão (cf. Gn 10–11) e a graça de Deus se manifestará e preparará o coração de Abraão, um homem chamado a se tornar pai de uma nação escolhida (cf. Gn 12-21). Será a ele que Deus dirá: “Sai da tua terra e vai para a terra que Eu te mostrarei” (cf. Gn 12,1). E, apesar da idade avançada, também lhe prometerá: “De ti nascerá um filho” (cf. Gn 15,4; 17,19). Assim, em Abraão se iniciará uma nova etapa da história da salvação: um povo que nascerá da fé e da promessa. Eis, aí, o princípio de uma grande jornada de fé.

Ficou com alguma dúvida?

Nos diga abaixo que iremos te responder em nosso próximo encontro ou em nossa página de DÚVIDAS (clique aqui)

Exemplo: Encontro de Domingo - Gênesis 38-50