Juízes – Semana 13
Nesta 13ª semana, a Escritura nos conduz do tempo da posse para o tempo da dispersão.
…E Israel continua sua travessia. Depois de Josué, a terra descansou — mas será um descanso breve; como que o silêncio entre duas tempestades. A promessa permanecerá, mas o fogo da obediência começará a se apagar do coração do povo, pois, quando se conquista pela metade, a fé também é vivida pela metade (cf. Jz 1,1–2,5).
Com Josué morto, ergue-se um povo que não conheceu as obras do Altíssimo (cf. Jz 2,6–3,6), e o que fora conquista se tornará prova; o que fora dom, se tornará novamente servidão (cf. Jz 2,6–3,6). As tribos, sem voz que as guie, se dispersarão: Judá tropeçará, Efraim hesitará, Manassés se acomodará, Dã fugirá, e Benjamim se sentirá semente lançada em solo rochoso — o que antes marchava como um só corpo agora se dividirá em membros sem direção. Mas, no meio da dispersão, o Altíssimo, fiel no tempo, levantará vozes — não reis, mas juízes, homens e mulheres feitos de barro e fé, fracos aos olhos do mundo, fortes pelo Espírito — para resgatar aqueles que clamam por sua salvação.
Nas tribos do sul, o povo se curvará à intervenção divina: Otoniel vencerá pelo Espírito que anima o fraco (cf. Jz 3,10), Aod libertará com coragem que transcende a própria força (cf. Jz 3,15), e Samgar combaterá com o que tem às mãos, mostrando que até o menor instrumento serve ao propósito do Altíssimo (cf. Jz 3,31).
E do mesmo modo o povo das tribos do norte se erguerá diante da divisão: Débora e Barac conduzem as tribos à união, lembrando que sabedoria e obediência valem mais que a espada (cf. Jz 4–5). Gideão buscará sinais, mas descobrirá na fé a força que vence os muitos de Madiã — e quando a paz renasce, Israel aprenderá que o verdadeiro juiz é Deus e não o homem (cf. Jz 6–8).
Contudo, entre muralhas e conspirações, entre ambição e sangue, Abimelec erguerá em Siquém o seu breve império de poder e queda. Ali, Israel descobre a amarga lição do espinheiro: a força sem humildade fere; a coragem sem Deus cansa; e a liberdade sem aliança se perde (cf. Jz 9).
Mas quando Israel tropeça na infidelidade, Deus levanta libertadores: Tola e Jair serão juízes breves em tempo, mas firmes na fidelidade. E com Israel novamente caindo na infidelidade, o clamor do povo alcançará os céus: Jefté — o rejeitado — será chamado a libertar; mas entre votos e vitórias, descobrirá que prometer sem discernimento pode ferir tanto quanto vencer.
E quando o orgulho divide as tribos e o sangue mancha o Jordão, se erguerão Abdã, Elon e Abdon — pequenos diante da história, mas grandes diante de Deus — guardando a paz com mãos discretas e corações firmes (cf. Jz 10-12).
E assim, entre a fraqueza das tribos e a força do chamado, Deus preparará, em segredo, o libertador que começará a romper as cadeias de Israel. O ventre fechado de Israel se abrirá: nascerá Sansão, consagrado desde o nascimento, portador de uma força que reflete o espírito volúvel de um povo oprimido (cf. Jz 13,1-5).
Sob o cuidado atento de pais guiados pelo Altíssimo, Sansão crescerá como semente em solo fértil; na juventude, sua força se ergue como vento indomável, e cada leão enfrentado, cada enigma desvendado, cada conflito vivido transforma-se em testemunho da ação divina, revelando que mesmo na fragilidade do homem brilha a grandeza de Deus. E assim julgará Sansão a Israel, nos dias dos filisteus, durante vinte anos (cf. Jz 15,20).
Eis, aí, o Deus da Justiça.































































